Contadores estão na linha de frente para recuperação dos negócios

Fonte: Jornal do Comércio
05/05/2020
Contábil

Um termo bastante usado entre profissionais de diversas áreas e repetido exaustivamente desde o ano passado vem à tona: disrupção. A palavra, até alguns anos atrás pouco usada, entrou no vocabulário de todos e virou questão de sobrevivência para os empreendimentos. Em 2018 e 2019 foi motor de discussões, tema de eventos e levou muita gente a implementar novos processos.

Disrupção significa, de acordo com o dicionário Michaelis, "quebra de um curso normal de um processo". Na prática, ela é o primeiro passo para parar, refletir e, quem sabe, adotar um rumo diferente, mais tecnológico e inovador.

"Mas ninguém imaginava que teríamos de colocar isso em prática tão rápido", reflete o presidente do Sescon/RS, Célio Levandovski. Ele salienta que além de atender ao cliente, o empresário contábil também tem que fazer a gestão do seu negócio, adaptar a estrutura para o home office, fazer a gestão do caixa e manter a equipe coesa, mesmo à distância.

"Como se não bastasse tudo isso, também temos de dar conta da nossa saúde e da nossa família", complementa a presidente do CRCRS, Ana Tércia. Por isso, é o momento de sair da zona de conforto, experimentar diferentes formatos e modelos de realização das atividades com auxílio das novas tecnologias, indica Ana.

Hoje, grande parte dos contadores e escritórios gaúchos já adaptou o serviço prestado à nova dinâmica social. A maioria está em esquema de teletrabalho - o home office. Segundo informações do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Rio Grande do Sul tem 37,7 mil contadores e 4,4 mil organizações contábeis. O Estado é quinto em número de organizações no Brasil - atrás de São Paulo (21 mil), Minas Gerais (7,5 mil), Rio de Janeiro (5,4 mil) e Paraná (5,3 mil).

Porém, nem todos os escritórios tiveram de fechar as portas. Existem casos em que o escritório e a residência são juntos e o proprietário acaba trabalhando no mesmo lugar de antes, mas com as portas fechadas ao público, exemplifica Levandovski.

Também há municípios gaúchos em que o trabalho do contador é considerado serviço essencial. Segundo levantamento do Sescon/RS, Erechim, Panambi, São Lourenço, Bento Gonçalves, Encantado e Jaguarão são algumas das cidades do interior do Estado que incluíram em seus decretos com medidas de enfrentamento à pandemia os contadores entre aquelas categorias que podem continuar prestando serviços.

Em todos os casos, porém, é essencial seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de manter os locais limpos e arejados, evitar aglomerações, lavar sempre as mãos e evitar contato físico. Outra recomendação, esta feita por Levandovski, é ser solidário, prestar ajuda aos colegas, compartilhar ideias que estão dando certo e trabalhar em conjunto.

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