Inadimplência do consumidor desacelera no primeiro semestre

Fonte: O Globo
18/07/2019
Comércio

A  inadimplência do consumidor registrou avanço de 0,9% no primeiro semestre de 2019 na comparação com o final do ano passado, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas ( CNDL ) e do Serviço de Proteção ao Crédito ( SPC Brasil ) . Essa é a segunda menor variação de atrasos de pagamentos desde 2012, quando a inadimplência havia crescido 5,8% no primeiro semestre daquele ano.

Considerando apenas o mês de junho, o volume de consumidores com contas sem pagar e registrados em listas de inadimplentes também apresentou um crescimento mais modesto: alta de 1,7% frente a junho de 2018 . É o menor avanço na base anual de comparação desde dezembro de 2017, quando subiu 1,3%.  

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a inadimplência apresentar crescimento a taxas mais modestas é um fator positivo, que acompanha a lenta recuperação da economia, mas o estoque de pessoas com contas em atraso e que enfrentam dificuldades para voltar ao mercado de crédito ainda é muito elevado. Até abril deste ano eram 62,6 milhões de pessoas nessa situação, o que representa quase 41% da população adulta.

Dados mais detalhados do indicador revelam que houve alta na quantidade de consumidores em três das cinco regiões do pais. A mais acentuada foi na região Sudeste, cujo crescimento foi de  3,4% em junho frente ao mesmo período do ano passado . Em segundo lugar ficou a região Norte, que apresentou alta de 2,2% na quantidade de devedores, seguida do Sul, que teve crescimento de 1,79%. Com exceção do Norte, todas essas regiões também apresentaram desaceleração nos atrasos. Já no caso das regiões Nordeste e Centro-Oeste, foram observados recuos de -0,6% e -0,3%, respectivamente. 

Quanto a faixa etária, o indicador revela que houve queda da inadimplência entre a população mais jovem, enquanto o número de atrasos aumentou entre os brasileiros de idade mais elevada.  Na faixa dos 18 aos 24 anos, a queda foi de -22,7%  e na faixa dos 25 aos 29 anos, o recuo foi de -9,1%. Na faixa que abrange pessoas de 30 a 39 anos, a inadimplência ficou praticamente estável (-0,8%). O  maior crescimento no atraso de contas foi observado na população idosa , que varia de 65 aos 84 anos, cuja alta foi de 7,5%. Em seguida aparecem os consumidores de 50 a 64 anos (3,9%) e de 40 a 49 anos (2,8%).

Do total de consumidores que têm contas em atraso no país,  um quarto (25%) está na casa dos 30 anos , fase da vida em que as pessoas tendem a assumir mais compromissos financeiros, como casamento, filhos e despesas domésticas. Os idosos acima dos 65 anos formam 10% do universo total de inadimplentes, ao passo que jovens de até 24 anos somam 4% dos que estão nessa situação.

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