Receita recebe 131 mil declarações do IR no primeiro dia

Fonte: Folha de S.Paulo
08/03/2022
Imposto de Renda

A Receita Federal recebeu, até as 17h desta segunda-feira (7), 130.099 declarações do Imposto de Renda 2022, o que representa 0,38% do total previsto para este ano, de 34,1 milhões de documentos. O prazo para declarar o IR começou às 8h desta segunda e vai até as 23h59 do dia 29 de abril.

O total entregue é bem menor do que no primeiro dia do prazo de anos anteriores. Em 2021, foram enviadas 628,1 mil declarações. Em 2020, foram 622,6 mil no primeiro dia. Nesta segunda, os contribuintes enfrentaram falhas ao tentar baixar o programa, o que pode refletir no total enviado.

No entanto, o número de downloads do programa gerador foi maior do que em outros anos. Até 17h desta segunda, 752,5 mil contribuintes conseguiram baixá-lo, mesmo com a instabilidade que perdurou durante todo o dia no Meu Imposto de Renda, no site da Receita. O aplicativo Meu Imposto de Renda também apresentou erro e ficou fora do ar durante todo o dia.

Em 2021, no primeiro dia de entrega, 312,2 mil contribuintes fizeram o download. Em 2020, foram 176,6 mil. Segundo a Receita Federal, foi o alto número de acessos que fez com que houvesse falhas para baixar o programa. No entanto, representantes de servidores afirmam que o erro é reflexo da debandada de servidores em dezembro de 2021 e do corte de 50% no Orçamento do órgão.

"Em razão do alto número de acessos, o download do programa apresentou instabilidade no dia de hoje [segunda-feira, 7]. Essa situação já está sendo tratada pela área técnica", diz nota do fisco.

Segundo Anderson Novaes, presidente do conselho de delegados sindicais do Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), o que está ocorrendo são os primeiros reflexos da falta de investimento na Receita, com o corte do orçamento do órgão pela metade para dar aumento aos policiais.

"Esses são os primeiros reflexos, algo que a gente já vem alertando, uma hora o negócio da pane", afirma. Ele lembra que a mobilização dos funcionários se iniciou no final do ano por causa do corte orçamentário. "O corte foi de R$ 1,2 bi, ou seja, tivemos 50% do orçamento cortado. Desse total, R$ 600 milhões eram da área de tecnologia da informação. Com menos dinheiro, você acaba restringindo os sistemas de informática", diz.

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